A transformação digital que começou há 30 anos
A Transformação Digital tem marcado a agenda nos últimos anos e é muito mais que uma tendência tecnológica, está no centro das estratégias de negócio e aplica-se, de forma transversal, em todas as indústrias e mercados.
Assente em plataformas tecnológicas de terceira geração, esta 4ª revolução industrial representa uma oportunidade para as empresas redefinirem os seus clientes, a experiência que têm com os seus serviços e produtos, e atingirem novos patamares de produtividade empresarial.
Ao abraçarem o desafio da transformação digital, as empresas têm de assumir que a mudança vem de dentro e que têm necessariamente de incorporar novas metodologias: na liderança, nas áreas de operações, nos modelos de trabalho, nos instrumentos de recolha e análise da informação, até à gestão da experiência do consumidor. Só as empresas que assumirem estas várias vertentes da mudança estarão a capitalizar todas as novas oportunidades que têm na era da economia digital.
Em Portugal, na década de 80, surgiu uma empresa com essa premissa. Com a missão de contribuir para o bem-estar social, promovendo eficiência nos serviços financeiros e similares, através da disponibilização de soluções tecnológicas e processos que combinem segurança, conveniência e inovação – a SIBS.
Em Portugal, na década de 80, surgiu uma empresa com essa premissa
A SIBS tem sido pioneira de várias soluções que revolucionaram o dia-a-dia das pessoas e das organizações. A origem está no MULTIBANCO que, no início, visava facilitar a realização de levantamentos. Hoje, disponibiliza mais de 90 operações, a grande maioria inventada pela SIBS, como o carregamento do telemóvel.
Ao longo dos anos, a SIBS liderou uma evolução tecnológica na área dos pagamentos e lançou várias soluções revolucionárias, como o MB NET, que permite (há mais de 15 anos) efetuar compras online sem disponibilizar os dados bancários e com garantias adicionais de segurança, e, mais recentemente, o MB WAY, que permite efetuar compras e transferências imediatas através de um mero smartphone ou tablet e apenas com o número de telemóvel como identificação de pagamento. Ambos têm apresentado níveis regulares de crescimento – em 2015 existiam aproximadamente 1 milhão de aderentes ao MB NET que fizeram 2,64 milhões de compras; no caso do MB WAY, já conta com mais de 100.000 aderentes.
Para além desta faceta mais conhecida do MULTIBANCO, a SIBS é a responsável pela criação do sistema de pagamentos de Portugal, que é o verdadeiro garante da economia nacional porque todas as entidades, privadas ou públicas, e seus movimentos financeiros, ocorrem sobre a plataforma que desenhou e suporta até hoje, processando mais de 2,7 mil milhões de operações por ano (ou seja, mais de 7 milhões de operações/dia). Mais recentemente, fruto dos desafios europeus, nomeadamente dos que advêm da implementação da Single European Payments Area (SEPA), a SIBS tem disponibilizado serviços que colmatam as desvantagens da menor dimensão relativa das entidades nacionais face ao panorama europeu e internacional, reequilibrando o jogo das instituições portuguesas.
Mas grande parte do sucesso do MULTIBANCO não resulta da inovadora tecnologia do seu sistema, mas sim do modelo de negócio que o garante. A SIBS, à frente do seu tempo, foi capaz de fazer uma inteligente, e praticamente inédita, combinação entre a cooperação (infraestrutura tecnológica única) e a competição (entidades concorrem entre si nas ofertas aos clientes), do qual resultou o modelo “coopetitivo” que tem fomentado a eficiência e a inovação no sistema de pagamentos português.
E este fator é particularmente relevante quando analisamos o que está na base da 4ª revolução industrial e que foi atrás referido – não assumir que apenas a tecnologia será o motor da transformação, mas uma verdadeira capacidade de incorporar os vários elementos da equação da economia digital, que já foram mencionados.
Tal como a SIBS, outras empresas têm trabalhado rumo a uma transformação digital que contribua para uma economia mais eficaz. Prova desse esforço é o mais recente Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade, promovido pela Comissão Europeia, que coloca Portugal como um dos países da União Europeia, que mais acelera rumo à digitalização.
A SIBS tem sido pioneira de várias soluções que revolucionaram o dia-a-dia das pessoas e das organizações
Segundo o referido estudo, Portugal ainda está a meio da tabela da UE no que diz respeito às tecnologias de informação e competências digitais por parte das pessoas, empresas e serviços. Por sua vez, tem um dos serviços públicos online mais avançados (7ª posição) e um desempenho acima da média na digitalização das empresas; no entanto, ainda há um longo caminho a explorar para aproveitar melhor as vantagens oferecidas pela transformação digital.
Veja-se, a este propósito, o IDC Maturity Scape Model & Benchmark, que permite avaliar o nível de maturidade de transformação digital em vários domínios (liderança, experiência omni-canal, informação, modelos operativos e modelos de trabalho) e assim ajudar as empresas a lidar e melhorar a sua performance com os desafios desta transformação.
Na Europa, mais de 80 % das organizações ainda ocupam os 3 primeiros níveis de maturidade e apenas 5 % são “Digital Disrupter”, o nível mais avançado da transformação. Em Portugal, a distribuição é equivalente, destacando-se que 27 % estão no 1º nível “Digital Resister” (+7pp que a distribuição Europeia), donde se pode concluir que é possível realmente melhorar a performance da transformação no tecido empresarial português.